sexta-feira, 27 de junho de 2008

Época de mudança, época de dedicação

Como todos os problemas, quer seja em uma empresa, projeto ou país, é tentador apontar os problemas em sua superfície, em sua linha de frente que obviamente ressalta as imperfeições à olho nu, não apenas pela proximidade do contato, mas por estar mais exposta.

Todavia, tal qual uma árvore que nutre seus frutos pela raíz, também os erros mais vistosos tem sua origem fora do alcance da visão da imensa maioria.

Não diz o dito que temos que 'ir à raiz dos problemas'?

Pois bem, em um almoço com meu tio, responsável direto por me tornar alvinegro, começamos a trocar umas idéias sobre a atual fase do Glorioso e ele, pessimista, justificou sua afirmação de que esse ano teriamos que torcer para não cair:

"É tudo politicagem! Tão abandonando o Bebeto. Ele quis moralizar a coisa toda, tirar mordomias e isso incomoda. Perdeu o apoio do Renha porque não se afastou do Montenegro; mas o que não entendo é que agora este apóia aquele. Com o enfraquecimento do Bebeto, o futebol ficou entregue: pode reparar que o nível das contratações caiu e ficamos agora como vitrine para os jogadores do Boavista e Resende. Por quê? Porque o dinheiro circula entre eles; lá só tem ex-dirigente alvinegro ou empresário mancumunado. O problema é que o Bebeto também cometeu dois erros graves: é centralizador demais mesmo quando não o pode ser e terceirizou o departamento médico para o Cunha, que me parece que quarteirizou o negócio e isto tomou tamanhas proporções que o Cuca chegou a ficar brigado internamente por falta de apoio do departamento médico, que demorava pra recuperar os jogadores."

Não soube e não sei o que dizer sobre isto tudo.

Não sei se são apenas conjecturas, se são fatos ou leituras, não sei, isso ficou no ar, amarrado na realidade que vivemos. Mas definitivamente sei que não estamos indo bem. Os gloriosos caminhos que se apresentavam há exatos um ano não estão se confirmando, estamos nos apequenando e não crescendo.

Saídas comentadas no almoço e algumas pensadas desde então:
  • Bebeto assume a centralização, afasta algumas pessoas que estão impedindo a moralização e volta a se aproximar do Renha, enfraquecendo o Montenegro, que de fato comete equivocos - perdemos nossos melhores jogadores porque nossos dirigentes foram ofensivos, torcedores e não profissionais; vejam se algum jogador rubro-negro foi esculachado pelo vexame (maior!) do maraca, enquanto isso babamos vendo o Dodô tirando onda no Fluminense. Jogador também gosta de respeito e profissionalismo.
  • União Incondicional desde já - chapa única forjada através do diálogo e aproximação onde um fortalece através de suas qualidades o lado negativo do outro. TODOS SÃO IMPORTANTES PARA O BOTAFOGO! Bebeto, Montenegro, Renha - até o Rotenberg, que está nos devendo boas contratações depois de Escalada, Bruno Costa e cia.

Idealmente, fico com a segunda, mas algo me diz que passamos do ponto e que a primeira seria a possibilidade prática e concreta de reavermos nosso rumo.

De toda maneira, o que se evidencia é que o time precisa de uma mudança de postura e esta deve vir de cima, como exemplo.

Precisamos segurar nossos melhores jogadores, dispensar a turma que está aquém de nosso nível e de nossas metas e contratar poucos, mas decisivos reforços que de fato honrem esta palavra: ser um reforço, não um remendo.

E para selar este momento e pensamento, supersticiosos que somos, publico a foto do caminhão de mudança que nos confirmou estarmos cogitando as saídas de maneira correta.

"com dedicação" - que nossa mudança para o alto e avante também proceda desta maneira.

Transportemo-nos para o topo, só depende de nós. Da união e dedicação de todos nós.

SAN

K1

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