segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Até quando, Botafogo? Quo vadis?

Escrevi o post durante o jogo. Mas não postei por pura falta de ânimo. Acho que você deve me compreender muito bem, não?

Mas, sejamos realistas, agora que o Rei está nu e o time fora do G4: tudo isso já era anunciado há algum tempo, não?

Desandamos há muito - 2 empates no final do jogo, derrota lamentável em casa -, mas termos ficado sem méritos no G4 por tanto tempo é o que nos deixou acomodados. A ponto de Wellington Paulista afirmar naturalmente que "aqui não há pressão". Há sim, companheiro, há sim.

De cara pergunto: até quando iremos maltratar o manto e seu maior patrimônio, nós, torcedores de coração? Quo vadis - aonde vais - aonde vamos parar?

Recentemente li o Renato Maurício Prado malhando nosso elenco e inicialmente pensei "Flapress", invejoso. Contudo, devemos tomar um ponto de equilíbio entre esta crítica ácida e o sonho dourado do Ney: temos um elenco melhor que o que tinhamos até o início do ano, com algumas peças de reposição, mas ainda não é o suficiente para tirar onda em duas competições simultaneamente. E agora que o desgaste das viagens internacionais começa é que quero ver como o time se comportará. Ao final do jogo, Ney deixou claro que o time recuou contra a sua vontade, algo contudo indicado pelo Túlio na entrevista do intervalo. Há de se checar isto!

As declarações já começam e me preocupar: "Ficou difícil falar em título". Se por um lado de fato ficou, pois perdemos dois jogos e empatamos dois jogos que eram 'baba-de-moça', por outro ainda temos 12 jogos que se forem só vitórias, nos fazem disputar sim o caneco. Muito mais que esta utopia a ser vivida, é necessário manter nosso padrão no alto. Baixar a meta para a área da Libertadores vai acabar fazendo a gente se contentar com a vaga pra Sul-Americana, anote o que eu estou dizendo.

Novamente nos acomodamos com um magro 1 a 0 e tivemos que aturar Athirson comandando uma virada do lanterna da competição, resultando não apenas na nossa saída do G4, mas a troca de posição com o Flamengo.

Que esta derrota sirva de lição: precisamos matar o jogo, exercer nossa supremacia, a nossa vontade de poder como diria Nietzsche. Nós queremos? Nós podemos! Vamos vencer, Fogo, porra.

Desculpe o palavrão, é emoção demais presa. É ver que podiamos estar ali, na segunda ou terceira posição, mas novamente não suportamos a pressão: um campeão se forja exatamente na pressão, mostra ao que veio nos momentos-chave, como o Palmeiras e o Cruzeiro têm feito reiteradamente.

À nós cabe a incumbência de sacudir a poeira dessa rasteira que levamos, levantar a cabeça, nos dar as mãos e superarmos à nós mesmos para chegarmos lá: no título da Sul-Americana e na vaga da Libertadores.

Se você for reparar, essa tem sido a tônica de meus posts: união, superação e, principalmente, auto-conhecimento. O Botafogo está no caminho, apesar de ainda errante - parafraseando o poeta alemão Goethe -, mas de certo estamos construindo um futuro melhor que o nosso passado recente; queremos contudo um título de e no presente. Vamos que vamos, Glorioso!

E vamos também, ao post escrito durante o jogo.

O primeiro tempo

Até os 15 minutos iniciais

Jogo morno, sem domínio claro, com jogadas e situações para ambos os lados, com destaque para a interceptação de Castillo de um cruzamento que pararia na cabeça do atacante da Portuguesa e consequentemente no gol alvinegro. Ou seja, leve superioridade dos Lusos.

Até os 30 minutos da primeira etapa

Wellington Paulista reclama primeiro, continua a jogada depois. Completamente diferente do campeonato italiano - no caso, o Roma, que não pára para reclamar e não enche o saco do juíz; está 100% focada em jogar futebol, e só. Mas não só nisso se parecem. Tampouco apenas no fornecedor, Kappa. O Botafogo, quando quer, joga de maneira envolvente, rápida, inteligente, que aliada à raça e à vontade não dá espaço, margem e chance a ninguém. Mas parece que rola uma acomodação, um sentimento

Aos 26 minutos, o Figueira empata com o Cruzeiro. Se ganharmos, ficamos em terceiro.

Triguinho dispara, mas perde a bola infantilmente, adiantando. Nossa defesa pára, perigosamente, para pedir impedimento. E já não sabem que mesmo sendo, não marcam? Levanta o braço, reclama, mas segue o jogo, fica em cima pra depois não ter que chorar o leite derramado.

E o Cruzeiro faz o segundo e desempata.

Nós chegamos mais perto em belo chute de Carlos Alberto que resulta em escanteio.

Até os 45 minutos do primeiro tempo

O terço final começa com bola na trave em perigoso chute da Portuguesa; falha da marcação, muito longe, mesma situação de Castillo, longe da bola que fora no alto, enquanto ele mal a meia altura chegara.

Figueira empata.

Segundos antes, Túlio caira na área e em situação duvidosa: claramente forçara a queda, mas havia ali, literalmente, a mão adversária.

Botafogo começa a acertar mais jogadas em um jogo claramente de domínio luso, que vem imprimindo maior ameaça à meta de Castillo que o inverso.

Aos 41 minutos, grande jogada: cruzamento preciso de Thiaguinho para Carlos Alberto que de cabeça toca para Wellington Paulista, também de cabeça, estufar as redes na terra da garoa. Gritara mesmo antes da bola entrar: tal plasticidade e perfeição não seriam maculados; Deus não permitiria, é justo e amante da beleza.

Antes do apito, um primor de jogada - tão rápida e perfeita que mal consegui ver direito quem participou e o pouco que me lembro se esvai em meio ao êxtase da beleza da jogada: roubada de bola inteligente e com garra na defesa, manejo correto no meio e jogada de ponta - na frente, óbvio. Por um capricho do destino o cruzamento rasteiro desencontrou-se do alvinegro que invadia o meio com força, mas sem precisão, já caindo. E força, sem controle e foco, não é nada... tô aprendendo isso no arco e flecha. Enfim...

O segundo tempo

Nas entrevistas de volta, Túlio declara que aproveitaremos os contra-ataques. Prefiro partir pro ataque e garantir o resultado logo, 'ofensivamente' e não esperar na e para superar a retranca.

Até os 15 minutos do segundo tempo

Os 5 minutos iniciais se passaram sem grandes destaques.

Aí, grande jogada de Wellington Paulista, que lutou pela bola, invadiu, mas perdeu na grande área.

A Lusa responde com belo chute e dá oportunidade para grande e difícil defesa de Castillo no canto inferior direito dele.

Foi só um Flamenguista chegar no Itahy - bar em que assisto todos os jogos fora - que a Portuguesa fez o gol de empate, em rebote para o meio da área de Castillo, mas falha mesmo da defesa, que possibilitou o cruzamento para a área, depois o toque de cabeça para o meio - que obrigou nosso arqueiro a realizar a defesa parcial para o centro - e finalmente a finalização no rebote. Os corneteiros exclamariam: "Se fosse o Renan pegava!" Momentos após, Castillo se machuca e dá lugar a Renan.

Até os 30 minutos do segundo tempo

Um grande amigo, flamenguista, chega e se senta à mesa, seguido minutos após por sua amiga vascaína.

Gol da Portuguesa.

O Botafogo pára.

Gol da Portuguesa.

Até os garçons, amigos de longa data, me zoam - vale ao menos um chopp de cortesia, não vou lá pra ser zoado! E os corneteiros agora exclamariam: "essa bola o Castillo pegava, sai melhor que o Renan!" É como diz a Castilla, uruguaia amiga lá da comunidade do Botafogo: vão sempre criticar ora um, ora outro.

Botafogo, mais uma vez, dá uma de Robin Hood. E olha que no post anterior, alertara para isto!

Reclama penalidade dupla aos 42 minutos. Já não tenho olhos para ver se foi ou não foi. Ainda bem que tampouco tenho ouvidos para ouvir, pois aos 43 minutos o time começa a reclamar, Carlos Alberto se metendo a criar confusão. Reflexos, com certeza, da frustração oriunda da falta de competência de ser aquilo que se é, superior.

E o jogo acaba 3 x 1, em uma virada incrível da Portuguesa, muito mais por demérito do Glorioso, que não exerceu sua superioridade, não jogou.

Da entrevista de Lúcio Flávio no pós-jogo, devido ao barulho do bar e do baixo volume da TV, só escutei o "infelizmente"...

Pois é, infelizmente, fora do G4, jogando mal e achando bacana não ter pressão no Glorioso.

Aqui tem pressão sim, vamos ganhar Fogo, porra!

Saudações AlviNegras com pressão na veia, grito no peito e nó na garganta: tá na hora de mostrar ao que veio!

K1

Um comentário:

Ele disse...

Acho que o Botafogo ta caindo... no e noticia, mas muitas vezes e tao facil cumplar o goleiro, mas ja viram que nao e coisa do Castillo, pq entrou Renan e recebeu dois gols. Esse ultimo jogo eu nao consegui ver, mas os que sim vi, deu pra perceber que o problema principal sao a quantidade de gols que erram os atacantes... mas acho que nao ha um so culpado em tudo isso... um time sao 11, nao e um so...

S.A.