quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Aula inversa

Os Estudantes eram eles, mas quem levou uma aula de como se ganha uma partida fomos nós.

Assisti ao jogo, como sempre, no Itahy, aqui em Ipanema, Rio. Os garçons hoje estavam até tranquilos, com Vavá, eterno alvinegro, puxando a torcida interna pró-Glorioso.

Tinha tudo para ser um grande jogo: os acontecimentos eram amplamente favoráveis para nós supersticiosos alvinegros. Sentara à mesa 13, estava sendo atendido pelo garçon 13 e o email que acabara de receber continha um único número, 13!

Com isso a confiança cresceu, mesmo tendo chegado com quase 26 (2x 13) do primeiro tempo, pois tinha lido a semana inteira que o jogo seria às 22h. Foi às 21h e deu no que deu...

Mais uma vez, como é de praxe, escrevi enquanto via o jogo.

Aos 31 Jorge Henrique, que viria a se destacar como o mais empenhado e voluntarioso da equipe, cavou uma boa falta ao ir buscar uma bola na lateral, quase saindo de campo: foi derrubado e garantiu mais um cartão amarelo pro faltoso time argentino. E justiça seja feita: o juíz marcou tudo direitinho.

Ainda aos 31 rolou uma mão acintosa do zagueiro argentino... peraí, tenho que especificar: estudantil. Afinal, temos nossos argentinos, professores da bola, profissionais.

Os gandulas claramente fazem corpo mole quando há pressa por parte do Botafogo.

Aos 33, Renato Silva pega na veia, mas por cima em escanteio batido.

Aos 36, vejo bandeiras estudantis emboladas. Meu palpite: 2 x 0, com aula alvinegra, aos 10 e aos 40 do segundo tempo. um ao menos de Leandro Guerreiro. Quem sabe outro de Renato Silva?

Aos 45, Wellington Paulista demonstra porque é um excelente reserva. Após driblar lindamente o goleiro e tirar do zagueiro, põe pra fora rente à trave oposta em chance imperdível após maravilhosa bola enfiada por Jorge Henrique, senão me engano.

Faltou o homem-gol. Tomara que não falte no final.

Aproveitando o intervalo, Vavá comentou sobre o jogo contra o Santos: "aquela falta que originou o gol foi dois toques, pois jogo perigoso nunca é tiro direto", disse, isentando Renan da responsabilidade e exaltando-o.

Como viriamos no segundo tempo, estava com razão exaltando o verdadeiro merecedor da camisa 1 alvinegra.

No intervalo, descubro ainda que jogamos desde os 18 minutos do primeiro tempo com um jogador a mais - e até agora não fizemos gol. Pior: eu estava achando que estava de igual pra igual, tamanha a disposição deles - e consequente falta nossa.

Voltamos com os alunos, digo, Estudantes atacando e tendo sua rebeldia contida por nossa defesa, como no caso onde Leandro Guerreiro tirou com a cabeça petardo de falta batida direta para o gol.

Aos 6 do segundo tempo, algo estranho: se temos um a mais, não deveria dar para cabecear sozinho, tamouco para fazer a jogada do escanteio tocado curto, não?

Aos 10, escanteio a favor, mas André Luis cabeceia por cima.

Aos 11, Castillo sai aparentemente muito mal no escanteio cedido de forma bisonha instantes antes por André Luis, mas reparando no replay foi falta de ataque, que acabou empurrando o Wellington Paulista pra cima do Castillo, impedindo que chegasse na bola.

Aos 17, chute de longe de um Veron que mesmo com um a menos chegou sozinho e chutou, sem ninguém chegar para abafar, dar combate ou sequer figurar na foto da capa do jornal argentino. Gol. Falha da defesa e de Castillo, pois a bola apesar de ter sido um canhonaço livre de marcação foi de bem longe, não tão no ângulo e não fez curva. Digamos que defensável?

Aos 19, Túlio é expulso. se estava ruim com um a mais, imagina agora.

Outra saída errada de Castillo aos 21 min. Até agora não vi o lance do Túlio - estava escrevendo e não passou replay ainda.

Aos 24, Zárate cabeceia, mas fraco para bom reflexo do goleiro argentino.

Aos 26, Zé Carlos bate falta na defesa em cima de um companheiro, dando a bola de graça para o ataque argentino.

Zárate correndo para driblar? Não, obrigado.

Aos 42, falta chutada para fora por André Luis.

E assim acaba mais um triste capítulo alvinegro em terras do tango, onde acabamos levando mais uma aula -dessa vez dos Estudantes! - de como se ganha um jogo: na vontade.

Muita disposição de Jorge Henrique, de resto, lamentável. Zárate inoperante, Zé Carlos ineficaz, muitos desatentos... Leandro Guerreiro atrasado no segundo gol, Renato Silva no primeiro... e Wellington Paulista mostrando que precisamos de um matador pra nos levar às finais - ao menos lutou e correu, mas merecemos mais!

Mesmo estando decepcionado com o time, estarei lá apoiando incondicionalmente, pois enquanto houver oportunidade, há um caminho, que é trilhado com mais chance de êxito se junto.

SAN

K1

Um comentário:

Fernando Gonzaga disse...

o nosso querido Botafogo não aprende mesmo...não sabe se beneficiar de quando tem um jogador a mais...não sabe ter calma diante da torcida adversária.....muitos erros foram repetidos ontem a noite...a falta de pontaria do Welington Paulista, a furada do Castillo, o destempero do Túlio....

acho que agora é pensar em 2009....