sexta-feira, 4 de julho de 2008

Semana de mudanças

Essa semana foi movimentada.

Vou nem me prender aqui a mais um Maracanazzo, dessa vez tricolor, porque, por mais que tenha zoado, devemos reconhecer que chegaram com méritos à final e jogaram com raça. A postura do Renato, apesar de arrogante - podia ser um pouco menos, menos, beeem menos - penso ter sido fator fundamental para o time conseguir ter 'buscado o resultado' nos confrontos decisivos contra os maiores do continente.

Nem o nosso discurso mega-respeitador que mal transparece nossa vontade de vencer, nem a arrogância e empáfia deles moldades em palavras: o meio termo é o ideal. In medium virtus est - a virtude está no meio, já diziam os gregos e os romanos. Fica aqui o reconhecimento e os parabéns aos tricolores, que pecaram apenas por deixar o artilheiro dos gols bonitos no banco por tempo demais.

E falando nele, Dodô, já tem alvinegro eufórico pedindo a volta dele. Sinceramente? Não sei. Sinto-me meio 'mulher de malandro' quando ouso pensar nisso. E não sei como isso impactaria psicologicamente no grupo e na torcida, que, afinal, o brindou com a maior vaia da história do maracanã. E de que adianta termos um baita atacante se o técnico é retranqueiro?

Aliás, técnico que já se encontra na corda-bamba. Rumores indicam que um insucesso ou até uma má atuação contra o Grêmio este domingo já derrubariam Geninho. De fato, confesso que não me empolga seu trabalho. Não vejo padrão de jogo, empenho do time - e olha que normalmente quando muda técnico assim existe um pique de produtividade e energia de todos em busca de mostrar o seu trabalho. O que mais assusta é que Geninho tem escalado o que o Glorioso tem de melhor, ao menos no papel. Como destaque, ressalto a volta de Ferrero - antes tarde do que nunca!

Com esta mudança - será que só por causa dela? - quem perdeu lugar foi o zagueiro Bruno Costa, que não apenas foi pro banco, mas foi diretamente devolvido para o Boavista. Não achava ele com condições de titular, mas devolver assim de cara? A imprensa afirma que ele não chegou a ter chance. Discordo. Fora titular em 4 partidas e jogou mais 2, num total de 8 possíveis. Fato é que não agradou a torcida que tem em Ferrero e André Luís seus xerifões. Daí a não ser nem banco... até porque temos o intocável Renato Silva, que de fato tem se superado - mas que me passa às vezes uma insegurança devido à sua afobação quando levemente pressionado ao receber uma bola. Ainda penso que - já que tava aqui - podia ser opção no banco.

Quem nem no banco fica mais, passando a integrar o time B que vai à Suiça jogar uns amistosos na tentativa de se desfazer de uns encalhes e arrumar uma verba para melhorarmos as contratações na janela que se abrirá são: Marcelinho e Adriano Felício. O primeiro já se mostra insatisfeito há muito tempo - tanto quanto a torcida com seu futebol até aqui apresentado. O segundo até hoje não fez o que necessita para se manter em nosso time: gols. Sendo assim que consigam, de coração, ter sucesso em seus caminhos mesmo longe da condução da Estrela Solitária.

E pra relativamente longe foi o Abedi, que também não vingou no Botafogo, mas de quem gosto de graça e para quem torço por dias melhores no Juventude.

Reforço que pode estrear é o Lucas Silva. O vídeo abaixo demonstra que tem bom potencial. Está ligado à ability e veio da segunda divisão do campeonato mexicano. Ex-pedreiro, deve estar tranquilo com a pedreira quem vem pela frente. Sucesso no Glorioso.


Pra finalizar os comentários da mudança, os pêsames para todos os envolvidos na tragédia da boate Baronetti - que já não é de hoje é um antro de confusão. Não vou nem entrar no mérito do fato do filho de uma promotora precisar de um segurança pra lidar com pessoas de seu meio - uma coisa é precisar de segurança para viver, refém da posição social da mãe, concordo, outra coisa é ter um capanga armado pra se meter em briga de boate. Pronto, falei.

Mas o que queria mesmo abordar é a irresponsabilidade do Diguinho e do Eduardo. Sobrou pro Eduardo, que ainda não conseguiu se firmar e, além de ter recebido as mesmas punições que Diguinho, ainda foi parar no time B. Injusto. A punição deve ser a mesma para os dois. Eduardo ainda é garoto, precisa ser enquadrado com zelo, tem potencial e não precisa ser negociado por causa deste episódio. Diguinho por sua vez teve boa atuação, mas acho que isto não vem ao caso: profissionalismo tem que estar acima disto; respeito ao clube mais ainda! Será que as ofertas européias já o fizeram balançar mais que os sons das pistas?

De tudo isto, fica a impressão de que estamos 'perdendo peso', ficando mais leves deixando o elenco mais enxuto e tirando uma nhaca que começou há quase um ano com o caso do Dodoping e culminou no episódio da calcinhas.

O que não pode é ficar fazendo coro com falácias da imprensa e ficar reforçando um pensamento medíocre de que se está abalado. Tem que parar com isso e recobrar os brios. Auto-confiança é fundamental. Túlio afirmou que "estamos com medo de errar e por isso perdemos". Pois então ousem. Como diria o filósofo escandinavo Soren Kirkegaard: "Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente, não ousar é perder-se para sempre".

Já perdemos nossa ofensividade, já perdemos nosso jogo encantador. Tá na hora de recuperar nosso terreno, se lançar a uma nova fase e entrarmos novamente em nossa gloriosa órbita.

E pra isso o apoio incondicional da torcida é fundamental: não vamos ao estádio por esse time. Vamos ao estádio pelo Glorioso. É a torcida que demonstra a grandeza de um clube, quão acima dos acontecimentos externos e das paixões ele está: essa sim é a maior declaração de amor que podemos dar.

LOTAR e INCONDICIONALMENTE APOIAR!

SAN

K1

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